MARÉS DA ALMA
Sentada à beira do vasto mar profundo,
Lágrimas caem na areia, estrelas perdidas no mundo.
Rostos distantes se dissolvem na densa neblina,
Enquanto as ondas dançam, eternas, numa valsa divina.
Serão as preocupações meras ondas que se vão?
Ou o sofrimento, uma maré que cede à canção?
As dúvidas se erguem como tempestades nascentes,
Trovões de incerteza rasgam meus pensamentos ausentes.
Cada brisa carrega murmúrios do passado distante,
Promessas esquecidas, sonhos que o tempo desmancha errante.
Mas no murmúrio das águas, há um consolo discreto,
A maré, incansável, regressa e renova o incerto.
Entre o mar e o nevoeiro, busco um raio,
Que possa acalmar o incêndio do meu desmaio.
A tormenta que dentro de mim se abriga,
Clama por um farol, uma luz que a vida mitiga.
A imensidão do oceano, ao mesmo tempo cruel e brando,
Sussurra segredos antigos, de um tempo flutuando.
A esperança é o farol que, embora distante, cintila,
Guiando os navegantes perdidos em sua trilha tranquila.
Cada onda que quebra, um poema não escrito,
Prometendo novos horizontes, no futuro infinito.
E ao sentir o toque da espuma em meus pés descalços,
Percebo que a vida, como o mar, se renova em seus traços.
No vai e vem incessante das marés da existência,
Busco paz nas profundezas, na ausência de resistência.
A noite cai, e as estrelas iluminam a vasta imensidão,
Mas o verdadeiro brilho nasce da calma em meu coração.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 10/06/2021
Alterado em 15/09/2024