SOU MUITAS, SOU UMA
Sou um rastro que o tempo não prende,
um traço que só a mim pertence.
Meu destino, não procure entender —
sou eu quem inventa o próprio acontecer.
Não tente saber onde estou,
sou brisa que muda quando o vento soprou.
Meu corpo caminha onde a mente flutua,
sou sol, sou sombra, sou nua e sou tua.
Pensamentos? São nuvens no ar,
chegam de súbito, prontos a passar.
Sou tormenta que dança no céu,
mas também o silêncio de um doce troféu.
Sou a luz que acende o dia,
o perfume da brisa em harmonia.
Sou a chuva que vem sussurrar,
e o sol que desperta para te abraçar.
Sou riso sem freio, lágrima contida,
colo que embala, cicatriz da vida.
Sou o sopro do mar no verão,
sou inverno a tocar teu coração.
E se às vezes pareço sumir,
é só meu jeito de existir.
Sou muitas, sou uma, sou ninguém —
sou só mais um ser no mundo,
mas inteira, como ninguém.
Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 07/04/2025
Alterado em 07/04/2025
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